segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Amor violento e sereno






Existe amor até debaixo d'água.
Existe amor nos rochedos das praias de todo o nosso país;


Há, sem dúvida, amor no Senado;
Também creio que haja amor na prisão;
Há amor nas sombras do mito da caverna de Platão;
Há amor nas diferentes formas de se matar uma pessoa por um crime cometido;
Há amor na água de um coco qualquer;
Há amor na macieira de Martin Luther King;
frangalho de amor na trajectória do mendigo;

mordaça de amor na infâmia da luz que reflete um estupro atrás do outro;
Sem dúvida que há amor na mãe que troca uma filha por uma pedra crack;
Há amor e magia em encontrar uma pessoa incrível, inesperadamente;
Há amor no inesperado;
Há amor no acaso;
Há amor nas férias de Janeiro;
Há muito amor em Raul;

Há amor na fama dos atores e atrizes;
Há amor na plataforma de uma ponte na África;

Há amor na China;
Há amor no Mar Vermelho;
Há amor na Polinésia Francesa;

Há amor nos tiros vindos da favela;

Há amor no coração daqueles que são atingidos pelos tiros;
Há amor na canção do poeta;
Á, eu não tenho dúvida que Vinícius de Moraes amava verdadeiramente todas aquelas mulheres;

Eu acredito no amor absurdo;
Há amor em acreditar;
Há absurdo em amar;
Há amor na morte do amor que se ama;
Há amor na proposta científica de futuros distantes;
Há amor na invasão da terra;
Eu tenho amor pela minha mãe;
Há vários tipos de amor, para os mais otimistas;
Há amor na porta da cozinha;
Há amor no almoço, ainda mais se ele tiver sazon;

Há amor na paz de escrever isso;
Há amor na lista de patrimônios que os meus irmãos têm para comprar;
Indubitável é o amor da floresta;
Há amor na corrupção;

Há amor na Internet: amor que procura amor;
Há amor no meio da lua;
Há amor no formidável e famoso livro de Goethe;
Há amor nos versos de Baudelaire;
Há amor no coração negro de Schopenhauer;

Há amor em Nietzsche;
Há um amor crítico em Freud;
Rubem Alves é uma figura amada por mim;
Há amor suficiente para explodir o mundo;
Há amor em um cigarro: saudade;
Há amor na pele do meu amor;
Há amor no cheiro dela;
Há amor para ela;
Há amor calmo e preguiçoso;
Há amor com sabor de fruta mordida;
Sempre há amor próximo;
Há amor nos abandonados;
Há amor nas vísceras de um defunto;
Há amor pelas corredeiras do Urubuí;

Há mais amor na grama do vizinho;
Há uma postura amada;
Há amor nos insultos desrespeitosos da polícia;
Há amor na comarca representante do mundo Nada;
Há amor na forma da música;

Há música no amor;
Há nota e melodias para toda e qualquer respiração de amor;
Há frases de amor amadas;
Há amor invisível nos olhos das crinças;

Há crianças que simplesmente são um amor;
Há crianças complicadas de se amar;
Há momentos para se amar;
Há amor no leitor;
Há amor no belo espelho de Lacan!

Um comentário:

M disse...

Meu caro, por mais incrível e assustador que isso possa me parecer, preciso dizer que há amor até no desamor; porque este um dia o foi ou um dia ainda há de ser.